Por Rogério Albuquerque*
Em pleno século 21, na expansão e solidificação do digital como base organizacional, com o e-commerce ganhando cada vez mais mercado e consumidores, o comércio físico parece se esvair diante de tantas inovações, tecnologias e praticidades que a internet proporciona ao varejo. No entanto, o pequeno comércio, em regiões extremas do Brasil, ainda se impõe diante da massificação “online”.
Zonas rurais, ribeirinhas, periferias e vilarejos, essas palavras podem parecer distantes do cotidiano de um morador de uma área urbana, de uma metrópole ou megalópole, onde há um fluxo digital perfeito, lugares em que o sinal 5G é real e o “pague agora e receba em duas horas” funciona.
Essas zonas extremas do Brasil enfrentam uma outra realidade, um cenário desconhecido dos empresários, executivos; homens e mulheres de negócios que não tem tempo a perder – Time is money. A realidade desses brasileiros e brasileiras é longínqua a uma internet de qualidade ou a um serviço postal que entre em qualquer rua e viela e encontre o destino certo do produto comprado.
Nesses cenários, o pequeno varejista; a quitanda; a vendinha; a sorveteria se fazem grandes players para o consumo local. Essa força dos pequenos negócios, comércios e serviços é traduzida através dos números do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Conforme a entidade, o setor de pequeno varejo emprega cerca de 9,5 milhões de pessoas e responde por cerca de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do comércio varejista do País. Um motor que impulsiona uma parcela significativa da economia.
Dentro os segmentos do pequeno varejista brasileiro estão: Alimentação, com padarias, mercados e lojas de conveniência; Vestuário e calçados; Produtos farmacêuticos e perfumaria; Materiais de construção e móveis e decoração; Eletrônicos e eletrodomésticos.
Desprezar esse setor é como eliminar uma parte da somatória das riquezas internas do Brasil. Mesmo não fazendo parte do seu cotidiano, os comércios nas zonas mais extremas estão espalhados por aí. Tente fazer o seguinte exercício: esqueça seu celular e seus aplicativos de compra online, desligue seu wi-fi e o computador. Feito isso, agora vá para rua e conte quantos comércios existem em sua vizinha, tente lembrar quantas vezes você consumiu nestes locais. Poucas, não é mesmo?
Foram desses pequenos vendedores e comerciantes locais que a economia brasileira se fortaleceu e as grandes companhias valorizadas surgiram, tornando-se conglomerados, organizações e multinacionais.
* Head de marketing e produtos da Card