O setor atacadista e distribuidor está mobilizado desde o início da pandemia. Por meio do Instituto ABAD, foram arrecadados até meados de julho cerca de 500 toneladas de alimentos e produtos de higiene e limpeza.
A pandemia da Covid-19, que levou milhões de brasileiros a se infectarem com o novo coronavírus, estimulou, também, o espírito de solidariedade. Quase na mesma velocidade da propagação do vírus, empresas e cidadãos mobilizaram-se em ações de combate à doença e prevenção. Um trabalho que, com certeza, salvou vidas. Veja, abaixo, algumas dessas ações, realizadas por empresas de diversos segmentos.
O setor atacadista e distribuidor está mobilizado desde o início da pandemia. Por meio do Instituto ABAD, foram arrecadadas até meados de julho cerca de 500 toneladas de alimentos e produtos de higiene e limpeza. Em parceria com o Mesa Brasil Sesc, os produtos foram doados a instituições sociais e comunidades em diversas regiões do Brasil. Em agosto, a campanha social “Sem abraço, mas com Solidariedade” entra em nova fase. “Passados mais de quatro meses do início da pandemia, os reflexos econômicos em razão das medidas de restrição continuam existindo. Por isso, entendemos que a mobilização é ainda mais necessária. E para continuarmos a ajudar e apoiar a população em situação de vulnerabilidade, precisamos da união de todos”, afirma o presidente da ABAD, Emerson Destro.
A Cia. Müller de Bebidas, fabricante da Cachaça 51, iniciou sua campanha de doação de álcool etílico 70% já na segunda quinzena de março. Foram 6,5 mil litros, destinados a instituições de saúde na cidade de Pirassununga, no Interior de São Paulo, onde fica a sede da empresa. As doações prosseguiram, chegando a 63.702 mil litros de álcool etílico 70% para 64 instituições de apoio, em 31 municípios nos Estados de São Paulo e Minas Gerais. O álcool etílico é diferente do álcool em gel, sendo destinado à limpeza e esterilização de ambientes. Também é diferente do álcool utilizado na produção de bebidas.
Para desenvolver essa ação, classificada como uma corrente do bem pelo presidente da Cia. Müller, José Aidar Neto, foram acionadas várias empresas parceiras: Biosev, Hydraplus, Usina Ipiranga, Usina Santa Lucia, Baldin Bioenergia, Fábrica Papelão N. S. Penha, Pontoplastic, Cargofull Logística, Transbrotense e Transportadora Transface. Entre as cidades beneficiadas estão Pirassununga, Leme, Guariba, Porto Ferreira, Santa Cruz da Conceição, Cassia dos Coqueiros, São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Sebastião, Diadema, Monte Alto, Barrinha, Sertãozinho, Tambaú, Batatais, Santa Bárbara d’Oeste, Piracicaba, Limeira, Araras, Cajuru, Itapira e Jaboticabal.
“Precisamos auxiliar nossa comunidade neste momento tão difícil que passamos. A Cia. Müller é um dos símbolos do Interior de São Paulo, nossa presença solidária neste momento faz parte dos valores da empresa”, explica José Aidar Neto.
Alimentos, máscaras
A indústria alimentícia brasileira também se mostrou solidária no combate ao novo coronavírus. De acordo com o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), João Dornellas, mais de 2.700 toneladas de alimentos foram doadas pelas indústrias de alimentos e bebidas, além de recursos financeiros para a compra de equipamentos hospitalares, investimento em pesquisa e aquisição de testes rápidos do novo coronavírus.
O setor também doou cerca de 4 milhões de máscaras de proteção e produtos de higiene e limpeza. As doações foram distribuídas entre instituições beneficentes, hospitais e unidades de saúde, profissionais autônomos, associações de comunidades, lares de idosos, governos estaduais e prefeituras.
Segundo João Dornellas, desde março, a indústria de alimentos mantém e até aumentou o nível de empregos do setor, sem demissões, e ampliou consideravelmente seus programas de responsabilidade social. “Neste momento, quando já estão sendo executados planos de retomada gradual das atividades econômicas, é importante que cada setor da economia brasileira faça a sua parte. Nós temos trabalhado para ajudar quem mais precisa a enfrentar essa crise com dignidade e esperança, e não será diferente agora. O Brasil sabe que pode contar com a indústria de alimentos”.
Limpeza e higiene
A Minuano, conhecida marca brasileira fabricante de produtos de limpeza, doou mais de 816 mil produtos de limpeza e higiene pessoal, o equivalente a 390 toneladas, para 60 mil famílias carentes, redes de saúde e profissionais que estão na linha de frente no combate à Covid-19. Foram contemplados moradores de Luziânia, em Goiás, Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e 10 mil famílias de comunidades em São Paulo, em parceria com o Voluntariado do Hospital Israelita Albert Einstein. As cidades de Itajaí, em Santa Catarina, e Itapeva, no Interior de São Paulo, também receberam doações de uma tonelada de produtos de limpeza.
Na capital paulista, foram entregues 50 mil kits para famílias das regiões de Campo Limpo e Vila Andrade, que abriga Paraisópolis, uma das maiores comunidades de São Paulo. Os kits contam com nove produtos: dois lava-louças, dois desinfetantes, um sabão em barra e quatro sabonetes. Já no Rio de Janeiro, a Minuano firmou parceria com a prefeitura de Duque de Caxias para atender 25 mil famílias carentes e profissionais que atuam no combate ao novo coronavírus, como servidores da saúde, fiscais, guardas municipais, assistentes sociais, entre outros. Foram doadas 48 toneladas de produtos de higiene e limpeza. Já em Luziânia, em Goiás, cidade que abriga uma das principais fábricas da Minuano, foram beneficiadas 25 mil famílias, que receberam kits contendo um pacote de sabão em barra, três barras de sabonete e dois desinfetantes. As doações chegaram a 57 toneladas.
Doação de álcool
A Underberg do Brasil, fabricante do Brasilberg, um bitter à base de ervas aromáticas, envasou 75 mil litros de álcool 70%, que foram doados para hospitais e comunidades carentes do Rio de Janeiro, segundo informações de Marcus Rumen, diretor da empresa. A distribuição ficou a cargo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi realizada entre os meses de abril e junho.
Conserto de ventiladores pulmonares
A unidade Anchieta da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, está consertando ventiladores pulmonares, essenciais no tratamento de pacientes que apresentam sintomas graves da Covid-19. O trabalho é feito por funcionários voluntários devidamente capacitados. A estimativa é que cada equipamento recuperado possa atender até 10 pessoas em um período de cinco meses. Calcula-se que mais de 3,6 mil ventiladores pulmonares precisam de reparo no Brasil. A identificação dos equipamentos que necessitam de conserto e o encaminhamento aos hospitais é coordenada em conjunto pela Volkswagen e pelo Senai.
A montadora organizou, ainda, outras ações nas cidades onde as fábricas estão localizadas. Além de São Bernardo do Campo, há fábricas em Taubaté e São Carlos, em São Paulo, e em São José dos Pinhais, no Paraná. As prefeituras desses municípios receberam o empréstimo de 100 automóveis. Além disso, a empresa realizou o reparo de veículos das secretarias de saúde dos Estados de São Paulo e Paraná, com mão de obra dos serviços gratuita e peças a preço de fábrica.
Foram doadas 2 mil máscaras de proteção facial paras as administrações das quatro cidades onde há fábricas da Volkswagen. Também foram adquiridas 67 mil máscaras do projeto Costurando o Futuro, destinadas aos empregados, iniciativa da Fundação Grupo VW, e produzidas mais de mil máscaras protetivas em impressora 3D na fábrica Anchieta para utilização dos empregados.