O Termômetro ABAD NielsenIQ, que aponta a média do desempenho do atacado distribuidor em relação ao faturamento, mostra que o setor cresceu 8,5% em termos nominais no mês de janeiro de 2024, em comparação ao mesmo mês do ano passado. Frente ao mês anterior (dezembro), houve retração de 13,7%, o que já era esperado, visto que as festividades de fim de ano costumam elevar o faturamento do setor no período.
“Apesar do desempenho positivo do setor, temos consciência de que o primeiro trimestre será desafiador. O consumidor tende a ficar mais cauteloso no início do ano em razão das muitas despesas que comprometem o orçamento. Mas temos expectativas de melhora gradual nesse cenário à medida que os dados macroeconômicos se consolidem positivamente”, afirma o presidente da ABAD, Leonardo Miguel Severini.
De acordo com Felipe Rutkosky, gerente sênior de Atendimento ao Varejo da NielsenIQ, embora a taxa de desemprego e a inflação estejam sob controle, o início do ano tem questões que interferem diretamente no padrão de consumo. “O avanço natural do desemprego devido à demissão dos contratados temporariamente e o endividamento das famílias, que permanece em um patamar elevado, com as despesas médias com dívidas tomando cerca de 50% da renda, são fatores que comprometem o poder de compra”, explica.
O crescimento do faturamento do setor, segundo Rutkosky, é vigoroso e quem puxou para cima o crescimento foram os atacadistas e distribuidores que faturam de R$ 45 a R$ 100 milhões por mês. Esse grupo, que corresponde a 38% dos respondentes, teve crescimento médio de 15,2% em janeiro.
Os levantamentos feitos pela NielsenIQ em relação ao varejo mostram que os canais de venda também tiveram bom desempenho em janeiro. As lojas de Autosserviço cresceram 1,3%, Cash and Carry, 9,3%, e Farma, 11,2%. Na média, os três canais cresceram 5,9%.