A edição 2023 do ranking “300 Maiores Empresas do Varejo Brasileiro”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revela que as 300 maiores empresas do varejo brasileiro tiveram no ano passado um faturamento bruto de R$ 1,046 trilhão, um crescimento de R$ 153,6 bilhões sobre o ano anterior. Em 2022, essas empresas haviam aumentado seu faturamento em quase R$ 100 bilhões sobre 2021, o que mostra uma aceleração do grande varejo.
Fruto do trabalho de pesquisa, coleta de dados e análise realizado pela SBCV com apoio técnico da BTR-Educação e Consultoria, Varese Retail, Centro de Estudo e Pesquisa do Varejo (CEPEV – USP) e Käfer Content Studio, a nova edição do Ranking mostra que as grandes e médias empresas aprofundaram as transformações iniciadas na pandemia e souberam se reinventar. “Movimentos que já havíamos identificado anteriormente, como a consolidação dos marketplaces, a digitalização do comportamento dos consumidores e o reforço à governança, se solidificaram e passaram a dominar a estratégia dos negócios”, analisa Eduardo Terra, Presidente da SBVC.
O Carrefour lidera a lista, com um faturamento bruto de R$ 108 bilhões – e é a primeira empresa do varejo brasileiro na história a ultrapassar a marca dos R$ 100 bilhões em vendas anuais. As 5 maiores empresas do Ranking (Carrefour, Assaí, Magazine Luiza, Via e Americanas) somaram um faturamento de R$ 285,9 bilhões, ou 27,33% do faturamento das 300 maiores e 10,95% do faturamento total do Varejo Ampliado brasileiro. “O varejo acelerou sua expansão, combinando aquisições e abertura orgânica de lojas. Os dados do Ranking reafirmam a força das grandes empresas de varejo do País e sua capacidade de enfrentar cenários complexos e desafiadores”, afirma Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail e vice-presidente da SBVC.
Outro aspecto importante levantado por esta edição do Ranking é a aceleração da digitalização do varejo. “Na base de empresas deste Ranking, 74% vendem online, índice que sobe para 91% nas empresas de segmentos não alimentares. A diversificação de canais e modalidades de venda também foi consolidada, com 85 das 300 empresas realizando vendas por WhatsApp e 27 operando marketplaces proprietários”, acrescenta Serrentino.
Esta edição do Ranking ampliou as análises sobre diversidade e inclusão – um tema cada vez mais importante na estratégia de negócios. Além de analisar a presença feminina no corpo das empresas, nas posições de liderança e no Conselho de Administração, esta edição também avalia a presença de pretos e pardos nas empresas. Apesar de amostras limitadas (71 empresas que forneceram dados sobre participação de mulheres e 55 sobre pretos e pardos), as empresas de varejo apresentam bons índices de diversidade. A participação feminina representa 56% dos colaboradores e, no caso de pretos e pardos, 54%, para as empresas que reportaram os números.
O desafio é conseguir levar a diversidade para níveis de liderança: 84% das empresas possuem mais de 30% de cargos de liderança ocupados por mulheres, mas apenas 44% possuem mais de 50%. Para membros do Conselho, 23% das empresas possuem mais de 30% das posições ocupadas por mulheres e 6% têm mais de 50%. No caso de pretos e pardos a distância é maior: 51% das empresas têm mais de 30% dos cargos de liderança ocupados por pretos e pardos – e 24% têm mais de 50%.