Por Diógenes Ravaglia*
A adoção dos modelos de serviços baseados em nuvem já não é mais novidade em nenhum setor, visto que oferece diversos benefícios como maior eficiência, escalabilidade, flexibilidade, redução de custos, quando comparados à TI tradicional das organizações e das empresas. Além desses benefícios, os provedores de nuvem reforçam em suas agendas e metodologias ações relacionadas à sustentabilidade e à responsabilidade social, como as práticas de ESG, que promovem critérios de desenvolvimentos econômicos, ambientais e sociais. Isso acaba pressionando cada vez mais o mundo dos negócios e seus respectivos líderes e gestores.
Adotar soluções em nuvem também pode proporcionar vantagens competitivas no que diz respeito aos seus concorrentes. Por exemplo, ao adotar soluções baseadas em cloud, as empresas podem potencializar a agregação de valor do produto, bem como otimizar processos operacionais, desenvolvendo produtos e serviços novos com maior eficiência e agilidade. Na atual situação econômica mundial, caracterizada pela alta volatilidade e pela complexidade das incertezas — cenário que se tornou normal — é necessário que as empresas não apenas se adaptem com eficiência às mudanças rápidas e constantes como também busquem a mudança. É nesse ponto que os serviços baseados em cloud entram em cena e se destacam, pois “acompanham a velocidade de mudança dos negócios”.
Em um artigo de 2011, chamado Why Software Is Eating the World, Marc Andreessen, cofundador de um dos maiores e mais bem-sucedidos fundos de investimentos do Vale do Silício, já ressaltava a interconectividade da economia global e a hegemonia das empresas digitais, que hoje, são as famosas Big Techs. Como previsto, após treze anos, empresas como a Uber, a Google e o Grupo Meta revolucionaram os modelos tradicionais de negócios e elevaram o uso dos serviços baseados em nuvem a um novo patamar.
Ao participar de alguns projetos de transformação digital, muitos envolvendo serviços baseados em nuvem, uma das maiores dificuldades das empresas foi a cultura e as práticas herdadas dos modelos mais tradicionais de TI em comparação aos modelos cloud de Infrastructure as a Service (IaaS). Outros dois pontos que podemos salientar são a prática dos provisionamentos dos serviços sem rastreabilidade e pouca governança, dificultando a gestão financeira (FINOPS), e com baixos padrões de postura de segurança.
Para atender a essas necessidades é importante que as áreas gestoras possam contar com um parceiro especializado de tecnologia, que esteja alinhado com essas estratégias e consiga apoiar o planejamento de melhorias contínuas por meio de metodologias baseado no Cloud Adoption Framework (CAF), visando sempre as necessidades empresariais.
Há algum tempo, em reuniões, era comum a pauta de que “a TI precisa ser mais ágil e entender melhor o negócio”. De fato, a área de tecnologia empresarial que não se atualiza e não acompanha as principais tendências e novidades acaba não fomentando os benefícios esperados. No entanto, com a adoção de serviços baseados em cloud é possível modernizar suas aplicações mais facilmente, testar e falhar rápido. A adoção desse modelo não depende do tamanho da empresa. O foco sempre deve ser qual o tipo de serviço atende melhor os desafios, e em que ponto a tecnologia disponível e embarcada no portfólio dos provedores de nuvem pode melhorar a experiência dos usuários e, ao mesmo tempo, reduzir o time to market dos custos com a gestão dos equipamentos físicos — ou mesmo adotando serviços em Platform as a Service (PaaS) ou em Software as a Service (SaaS) — acoplando e modernizando os processos e subprocessos empresarias em fases.
* Head de arquitetura de solução em cloud OCI, AZURE e AWS, na Ninecon