Dados de um estudo inédito realizado pela Associação Brasileira de Atacadistas de Autosserviços (ABAAS) e divulgados pela consultoria Lafis indicam que o faturamento anual do formato atacarejo girou em torno de R$ 230 bilhões no ano passado, o que representa quase 2% do PIB nacional. Em 2021, o setor representou 20% das vendas totais do mercado brasileiro e esteve presente em 66% dos lares do País. Esta primeira edição do Ranking ABAAS apontou ainda que o canal possui, hoje, mais de 2 mil lojas em funcionamento, empregando mais de 250 mil funcionários.
Com preços, em média, 15% menores do que os supermercados, as redes de atacarejo têm ganhado a preferência dos consumidores brasileiros nos últimos anos. De acordo com Fernando Rodrigues, especialista da Lafis, este comportamento é explicado pela maior procura por compras de abastecimento, principalmente em momentos de crise econômica, onde se observa uma queda no poder aquisitivo das famílias. Mais recentemente, o formato foi procurado também pela necessidade de isolamento social, imposto pela pandemia da Covid-19 e que obrigou as famílias a se precaverem e passarem mais tempo dentro de casa. Desta forma, o quesito “compra do mês” é predominante nos atacarejos, passando de uma participação igual a 68,6% em 2020 para 71,6% em 2021.
Rodrigues acrescenta que estes dados apontam o crescimento importante do setor, tanto pela performance de vendas, como também pela abertura de lojas, principal foco dos investimentos das redes. Com isso, a expectativa para o desempenho do setor no curto prazo segue positiva, ainda que diante de uma conjuntura macroeconômica mais deteriorada, com instabilidade no mercado de trabalho, inflação persistente e altas sucessivas na taxa de juros. Isto porque tal conjuntura tende a aumentar a procura por estes canais, uma vez que as famílias se tornam mais seletivas e buscam priorizar o consumo de bens essenciais e embalagens de maior custo-benefício, algo ofertado pelas redes de atacarejo.