A tendência verificada em 2020, de levar o bar para casa por conta do fechamento de bares e restaurantes, se mantém em 2021, apesar do relaxamento das medidas de restrição e isolamento. Várias bebidas alcoólicas apresentaram performance positiva segundo o levantamento da consultoria Nielsen feito entre janeiro e julho deste ano. De acordo com o estudo, a cesta cresceu 3,1%, sendo que os refrigerantes, com alta de 31,1%, deram a maior contribuição para o crescimento.
A Cia. Müller de Bebidas, fabricante da tradicional Cachaça 51, sentiu esse movimento. De acordo com o gerente de Marketing da empresa, Luciano Sadi Andrade, a reabertura dos bares já se reflete nas taxas de crescimento da empresa. Outro fator que tem contribuído para o bom desempenho é a estratégia de inovação que trouxe ao mercado a 51 Seleção, uma cachaça amarela de formulação diferenciada, que contém cachaças envelhecidas em barris de carvalho em seu blend. O portfólio de cachaças da empresa compreende, ainda, a 51 Ouro, a 51 Edição Histórica (lançada em julho deste ano), a linha premium Reserva 51, apresentada nas versões Única, Rara e Singular, e a edição especial Carvalho Americano.
Neste ano também foi lançada a 51 Ice Gin Tônica, uma estratégia da empresa para fortalecer a linha 51 Ice, uma bebida alcoólica mista gaseificada, que tem boa aceitação entre o púbico mais jovem, e a vodka Polak com novo rótulo, embalagem pet e preço competitivo para impulsionar as vendas. A Cia. Müller fabrica, também, o conhaque Domus.
As vendas da Seleta, uma cachaça mineira de produção artesanal, no período de janeiro a julho deste ano representam um crescimento acima de 40% em relação ao ano passado, quando a empresa foi impactada pelas medidas de restrição e isolamento. Esse bom posicionamento de mercado se deve, segundo a empresa, ao método de produção, com alambiques de cobre e armazenamento em tonéis e barris de madeira. Além da Seleta e da Boazinha, no segundo semestre de 2019 foi lançada a Seleta Prata, uma cachaça com foco na composição de drinques diferenciados. No começo deste ano, a empresa entrou no mercado de bebidas mistas, com a Seleta Eu Garanto – Mel e Baru (uma castanha fruto do baruzeiro). Os lançamentos conquistaram a medalha de ouro na Expocachaça 2021, sendo destaque sensorial na categoria.
Para manter a boa performance deste ano, a Seleta retomou o projeto Seleta Times, de licenciamento de produtos como o Seleta da Massa, licenciado do Clube Atlético Mineiro, e a Seleta Cinco Estrelas, do Cruzeiro. A empresa mantém contato com outros clubes para novos licenciamentos.
A Vinícola Garibaldi comemora a boa fase dos espumantes no primeiro semestre deste ano, com variação positiva de 30%, e dos vinhos frisantes, que cresceram nada menos do que 400%. Maiquel Vignatti, gerente de Marketing, explica que o produto passou por uma reestilização no início da primavera passada e disparou nas vendas, com crescimento acima da média. “A embalagem auxiliou na decisão de compra no ponto de venda e a qualidade do vinho, ligada à leveza e sutileza ao paladar, garantiram a recompra.”
Em volume, o vinho frisante Relax é um dos campeões de venda, assim como o suco de uva integral, embalagem de 1,5 litro, e os espumantes. “Os espumantes são um nicho de mercado promissor, com produtos de identidade própria. Ofertamos uma segmentação direcionada aos mais variados públicos e bolsos, atendendo desde o final da geração Z e Millenials até os Baby Boomers.”
Outro nicho de mercado da Garibaldi são as linhas de orgânicos (um vinho e um suco de uva) e de biodinâmicos (um espumante e um suco de uva). Vignatti explica que o produto orgânico é produzido de acordo com premissas de conservação dos recursos naturais, da biodiversidade e de segurança alimentar. São muito restritos os usos de agrotóxicos e adubos, além de não serem permitidas a engenharia genética e a nanotecnologia. A produção orgânica também segue leis, decretos e normas do Ministério da Agricultura, mas com a preocupação de oferecer segurança alimentar e preservação do meio ambiente, da biodiversidade e das relações humanas. Já o biodinâmico é obrigatoriamente orgânico e cumpre com as normas de produção e processamento determinadas pelo instituto alemão Demeter, o órgão regulador mundial da produção biodinâmica.
Para este ano, a Vinícola Garibaldi prevê crescimento no faturamento das principais categorias (espumante, frisante e vinho fino) acima de 15%.