Apesar das enormes dificuldades enfrentadas por praticamente todos os setores da economia, decorrentes da Covid-19, o setor atacadista distribuidor fechou 2020 com faturamento de R$ 287,8 bilhões, o que representa crescimento nominal de 5,2%. O levantamento é do Ranking ABAD/Nielsen 2021 – ano-base 2020, a partir das respostas de 660 empresas. Em termos reais, deflacionados, o crescimento foi de 0,7%. No ano passado, o PIB brasileiro apresentou índice negativo de 4,1%. O Ranking ABAD/Nielsen, publicado desde 1994, analisa anualmente os resultados e a atuação dos agentes de distribuição de todo o País, gerando informações relevantes para orientar os planos estratégicos e investimentos do Canal Indireto.
O faturamento de R$ 287,8 bilhões garantiu ao setor a participação de 51,2% no mercado mercearil nacional, calculado pela Nielsen em R$ 562,3 bilhões. Na comparação com o levantamento anterior, houve recuo de 1,8% na participação do setor. De acordo com o professor Nelson Barrizzelli, coordenador de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA) e responsável pelas análises do Ranking ABAD/Nielsen, essa queda reflete parte da perda resultante do fechamento de bares, restaurantes e lojas de cosméticos ao longo de 2020. Barrizzelli explica que o peso do setor no abastecimento de supermercados, farmácias, padarias, mercearias e açougues, que permaneceram abertos, compensou a perda de faturamento com os estabelecimentos que ficaram fechados.
A Nielsen apurou que os varejos tradicionais (com cobertura de 95% do setor atacadista distribuidor) retraíram 0,4%, enquanto bares e restaurantes (85% atendidos pelo atacado), duramente atingidos pelas medidas de restrição e fechamento apresentaram queda de 18,6% no ano passado. Já o segmento de farmacosméticos registrou alta de 4,5% e o de autosserviço pequeno, aquele que compreende mercados com até mil metros quadrados, teve crescimento de 10% no período.
As 660 empresas respondentes estão assim distribuídas: 136 no Centro-Oeste, 234 no Nordeste, 92 no Norte, 80 no Sudeste e 118 na Região Sul. Segundo o Ranking ABAD/Nielsen, 53% dos atacadistas atuam em apenas um Estado, mas respondem por 19,8% (R$ 32,7 bilhões) das vendas totais. As empresas que atuam em 10 ou mais Estados somaram 24, ou, 4% do total de respondentes. Elas são responsáveis por 44,4% (R$ 73,2 bilhões) das vendas totais. E apenas 1% dos atacadistas (8 empresas) atuam em todos os Estados, respondendo por 39,6% (R$ 63,8 bilhões) do total de vendas. Do total de empresas, 73%, ou, 476, afirmam atuar no modelo distribuidor com entrega; 52% (337), atacado generalista com entrega; 31% (203), atacado de balcão; 11% (74), atacado generalista de autosserviço; e, 8% (50), agente de serviços.