No final dos anos de 1970 e início de 1980, a inflação brasileira dava mostras de que sairia do controle o que, de fato, aconteceu. Os atacadistas brasileiros eram vistos como os grandes vilões da alta de preços, eram os “atravessadores.” Algo precisava ser feito para mudar essa percepção e conferir ao setor atacadista distribuidor a importância que ele merecia. Afinal, eram os atacadistas que enfrentavam estradas mal conservadas para levar mercadorias aos pequenos varejistas que surgiam onde antes só havia mato.
E foi assim que a ideia de união ganhou força no setor, fazendo despontar uma entidade da classe robusta, com sede na avenida Rebouças, na capital paulista, e sob o comando de Antônio Carlos Alves, primeiro presidente da ABAD.
Nos anos seguintes houve muito trabalho para consolidar a nova entidade. Uma das primeiras ações foi a constituição de filiadas estaduais para dar à ABAD o caráter nacional. As três primeiras, criadas em 1983, foram a Associação Cearense de Atacadistas e Distribuidores (Acad), em agosto, Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Aspa), em outubro, e Associação Gaúcha de Atacadistas e Distribuidores (Agad), em dezembro.
Tendo em seu DNA a missão de buscar modelos de negócios que pudessem ser adaptados ao mercado brasileiro e agregar conhecimento, em 1984, a ABAD realizou a primeira Viagem Técnica Internacional (VTI) para conhecer o trabalho de atacadistas e distribuidores dos Estados Unidos. Durante a viagem foram concretizadas parcerias com a National Grocers Association e com a International Grocers Alliance, importantes instituições do segmento atacadista distribuidor norte-americano. Ainda em 1984, Antônio Carlos Alves foi reeleito presidente da ABAD.
O setor crescia em relevância, tornando-se importante mensurar seus resultados para calibrar as previsões econômicas. Assim, em 1986 foi lançado o boletim informativo Dados Consolidados do Segmento Atacadista Distribuidor. O estudo revelou que o Brasil tinha 2.600 empresas no setor que abrangiam 525 mil pontos de venda, respondendo por 45% da distribuição dos produtos industrializados de consumo básico. No mesmo ano, a Associação de Atacadistas e Distribuidores do Estado do Rio de Janeiro (Aderj) e a Associação Piauiense de Atacadistas e Distribuidores (Apad) deram início às suas atividades.
Em 1987, a ABAD realizou uma nova VTI, desta vez, para a Europa, visitando Alemanha, Espanha, França, Itália e Portugal.
Em 1988, a Universidade de São Paulo (USP) realizou o primeiro grande estudo sobre o sistema nacional de abastecimento. No mesmo ano, o Sindicato do Comércio Atacadista de Gêneros Alimentícios do Estado do Paraná (Sinca PR), fundado em 1956, tornou-se entidade filiada à ABAD. No ano seguinte, em 1989, surgiu a Associação Maranhense de Distribuidores e Atacadistas (Amda).
Em 1990, Antônio Carlos Alves renunciou ao cargo de presidente da ABAD por motivos pessoais; Ruy Carlos Silva assumiu em seu lugar. A Associação de Distribuidores e Atacadista de Produtos Industrializados do Estado de São Paulo (Adasp) despontou nesse ano. A gestão de Ruy Carlos Silva foi marcada por novas conquistas, entre elas uma sede nova para a ABAD, localizada na mesma avenida Rebouças, em São Paulo, inaugurada em 1992.
Em 1991, quando a ABAD comemorou dez anos de fundação, Ruy Carlos Silva foi reeleito para a presidência da entidade. No mesmo ano, a Associação do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado de Alagoas (Acadeal) se filiou à entidade. Em 1992, foi a vez da Associação dos Agentes de Distribuição da Bahia (Asdab) integrar-se ao grupo de filiadas.
Em 1993, começou uma nova fase. Luiz Antonio Tonin foi eleito presidente da ABAD e deu início aos Encontros ABAD, reunindo associados atacadistas e distribuidores de todo o País com fornecedores, entidades de classe e governamentais. Esse foi também o ano de nascimento da revista Distribuição, que rapidamente tornou-se leitura obrigatório dos executivos do setor.
Foi sob a gestão de Tonin que, em 1994, a Associação inaugurou sua sede própria, na avenida Nove de Julho, em São Paulo. Foi também em 1994 o lançamento da primeira edição do Ranking ABAD, o mais fiel retrato da performance do segmento atacadista distribuidor. Desde o início até hoje, o levantamento é feito em parceria com a consultoria Nielsen e a Fundação Instituto de Administração (FIA).
Em 1995 nasceu a Central de Negócios ABAD, projeto coordenado pelo recém-contratado Oscar Attisano. O convênio inaugural, estabelecido com a Volkswagen Caminhões, previa a compra de 300 veículos. No final, foram negociadas 1.300 unidades. A parceria com montadora é a primeira e mais antiga com uma entidade no Brasil. No mesmo ano, foi criado o Banco de Dados ABAD, levantamento mensal sobre o desempenho do setor que reunia informações mercadológicas estratégicas. A Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Rio Grande do Norte (Adarn), que se tornou Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Rio Grande do Norte (SincadRN), a Associação dos Distribuidores e Atacadistas Catarinenses (Adac) e Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de Goiás (Adag) também surgiram em 1995.
Sob a gestão Tonin, reeleito em 1996, com a ABAD consolidada como representante do setor, a ênfase passou a ser a profissionalização e a qualificação técnica dos associados. As VTIs continuaram a ser um importante instrumento de obtenção de conhecimento; a revista Distribuição foi revitalizada e a Convenção Anual tornou-se cada vez mais relevante, atraindo mais visitantes e empresas.
Em 1997 tiveram início as atividades da Associação Paraibana de Atacadistas e Distribuidores (Aspad) e Associação de Distribuidores e Atacadistas do Estado do Tocantins (Adat).
Em 1999, já com grande número de filiadas, Paulo Hermínio Pennacchi, eleito presidente da ABAD, avaliou que era imprescindível reuni-las periodicamente para debater aspectos operacionais e estratégicos e trocar experiências. E, assim, na sua gestão, realizou-se o primeiro Seminário ABAD/Filiadas. No mesmo ano, foi criada a Associação Sul-Mato-Grossense de Atacadistas e Distribuidores (Asmad).
A 20ª Convenção Anual do Comércio Atacadista e Distribuidor de Produtos Industrializados, realizada em Pernambuco, no ano 2000, reuniu 8 mil pessoas e mais de cem expositores. Também em 2000 foram criadas a Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado do Pará (Adapa) e a Associação Mato-Grossense de Atacadistas e Distribuidores (Amad). O Encontro e Almoço de Presidentes entre presidentes da ABAD e de grandes empresas fornecedores começou a ser realizado nesse ano.
Em 2001, o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado do Amazonas (Sincadam), em atuação desde 1945, aderiu à rede de filiadas da ABAD. Também nesse ano Oscar Attisano assumiu o cargo de superintendente executivo, função que ocupa até hoje, liderando um brilhante time de profissionais.
Foi em 2002 que a Convenção Anual da ABAD passou a contar, também, com a realização da Sweet Brazil International, com a participação da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim e Balas (Abicab). O Sindicato do Comércio Atacadista do Distrito Federal (Sindiatacadista-DF), fundado no ano anterior, filiou-se à ABAD.
No ano de 2003 nasceram a Associação dos Distribuidores e Atacadistas de Produtos Industrializados do Estado de Sergipe (Adas) – hoje Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor de Produtos Industrializados do Estado de Sergipe (Sincadise) –, Associação dos Atacadistas e Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig) e Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado do Amapá (Adaap). Nesse ano, a Convenção Anual da ABAD foi realizada em Brasília e contou com a presença do então vice-presidente da República, José Alencar. Em 2003 começou a circular o boletim online ABADNEWS.
Geraldo Eduardo da Silva Caixeta foi eleito presidente da entidade em 2004, ano em que a ABAD lançou o livro “Estratégias Colaborativas na Distribuição – Integrando Agentes da Cadeia de Abastecimento”, com informações e subsídios para o desenvolvimento de práticas comuns entre os parceiros do segmento. Foram criadas a Associação dos Distribuidores e Atacadistas de Roraima (Adarr) e Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Acre (Adacre). O Sindicato do Comércio Atacadista de Rondônia (Singaro), fundado no ano anterior, também se filiou à ABAD.
O ano de 2006 marcou a criação do Instituto ABAD (IABAD), braço social da entidade, com foco na sustentabilidade social, econômica e ambiental, e do Grupo ABAD Jovem (hoje, denominado Grupo ABAD Jovens e Sucessores – GAJS), com o objetivo de apoiar o crescimento profissional da nova geração de gestores do setor. Geraldo Eduardo da Silva Caixeta foi empossado para mais um mandato. Em comemoração aos 25 anos de fundação da entidade, foi lançado o livro “Os Bandeirantes da Era Moderna.”
Em 2007, o Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), fundado em 2000, passou a integrar o quadro de filiadas.
Carlos Eduardo Severini foi empossado como presidente da ABAD em 2008. No ano seguinte, com a presença de lideranças do setor atacadista e distribuidor, da indústria e do varejo foi realizado o Fórum Estratégico ABAD Cadeia de Abastecimento – Cenários 2015, com o objetivo de traçar caminhos e estratégias para a cadeia de distribuição. Como resultado do encontro foram criados os comitês Agenda Política, Varejo Competitivo e Profissionais de Vendas.
Em 2010, o Comitê Profissionais de Vendas lançou o TreinABAD, programa de capacitação à distância para vendedores. A primeira turma formou 3.600 profissionais. No mesmo ano, o Comitê Varejo Competitivo lançou o “Portal do Conhecimento”, oferecendo videoaulas para capacitação do varejo independente. Ainda em 2010, a ABAD lançou o estudo Marcas em Destaque, hoje Categorias em Destaque, trazendo o desempenho das categorias de produtos mais relevantes para o setor, e a premiação Fornecedor Nota 10, que reconhece os melhores fornecedores do setor em 12 cestas de produtos.
Em 2011 a ABAD assinou convênio com o Sebrae (renovado em 2014) para o Programa Varejo Competitivo, com cursos e consultorias destinados à capacitação do pequeno varejo alimentar de vizinhança, beneficiando cerca de 3 mil empresas em todo o Brasil. Em comemoração aos 30 anos de fundação da Associação foi lançado o livro “Caminhos – História e memórias de um Brasil que cresceu com a cadeia nacional de abastecimento.”
José do Egito Frota Lopes Filho foi eleito presidente da ABAD em 2012, ano em que a Associação integrou comitiva de empresários que participaram da Conferência Anual da NRF (National Retail Federation), em Nova Iorque. No mesmo ano, a ABAD celebrou parceria com o Programa Mesa Brasil, criado pelo Serviço Social do Comércio (SESC), lançando a Campanha Permanente de Combate à Fome, e o Comitê Profissionais de Vendas iniciou o Treinavendas, programa de capacitação presencial que treinou quase 4 mil vendedores em onze Estados, em um período de dois anos.
Com o objetivo de analisar, definir, normatizar e divulgar os conceitos e características de cada um dos modelos de operação do Canal Indireto, fornecendo, assim, parâmetros para as relações entre os agentes de distribuição e a indústria, em 2013, foi formado o Comitê Canal Indireto. No mesmo ano, a ABAD participou do lançamento da Frente Parlamentar Mista dos Agentes de Abastecimento do Pequeno e Médio Varejo, presidida pelo deputado federal Antônio Balhmann. Como resultado da parceria com o Mesa Brasil SESC, a Campanha Permanente de Combate à Fome do Instituto ABAD arrecadou, em 2013, mais de 4 mil toneladas de alimentos. Em 2013 foi, também, inaugurado um novo formato para a Viagem Técnica Internacional (VTI), que passou a incluir, além das visitas técnicas, aulas teóricas em renomada instituição de ensino local. Nesse ano, o curso foi na Universidade da Flórida.
Em 2014, a ABAD intensificou sua atuação política, em conjunto com a Frente Parlamentar Mista do Pequeno e Médio Varejo, contabilizando importantes vitórias, entre elas, a inclusão dos RCAs no sistema do Simples Nacional. Ainda em 2014, foi celebrado novo convênio com o Sebrae Nacional para a realização de mais uma etapa do Programa Varejo Competitivo. O lançamento do Anuário ABAD – Panorama do Setor também ocorreu em 2014.
Em 2016 aconteceu em São Paulo nova edição do evento anual do setor, com novo nome e formato: Encontro Nacional da Cadeia do Abastecimento – ENACAB, juntamente com a 36ª Convenção Anual do Canal Indireto, abrangendo indústria, agentes de distribuição e varejo.
Emerson Luiz Destro assumiu a presidência da ABAD em 2017, ano em que foi realizada a primeira Convenção Nacional do Grupo ABAD Jovens e Sucessores, em São Paulo.
Em 2018 foi lançada a cartilha Ética nos Negócios, apoiada em três pilares: compliance, visando ao controle e adequação das empresas às normas legais; concorrência leal, definida como a lisura nas ações comerciais; e política de preços justa por canal, com adoção de políticas de preços condizente com a realidade do mercado. Nesse ano, o evento anual da entidade mudou o formato, inaugurando um novo patamar de relacionamento entre o atacado distribuidor e a indústria fornecedora, com a realização da 38ª Convenção Anual do Canal Indireto, em Atibaia (SP), que teve como tema “Bons Políticos e Empresários Ajudando a Construir um Brasil Novo.”
O Comitê Logística ABAD – ABRALOG foi criado em 2019 com o intuito de gerar conhecimento, melhorar os processos e reduzir os custos ao longo da cadeia de abastecimento, além de discutir ativamente as questões legais, econômicas e operacionais que afetam o desempenho, eficácia e resultados da área de logística nas empresas do setor.
Em 2020, nasceu o Comitê Marketplace ABAD para colocar o setor definitivamente na era digital. O objetivo é promover os negócios de forma inteligente, criando um espaço comercial eficiente e justo, no qual as empresas formem uma verdadeira rede colaborativa de negócios. Será um ambiente B2B democrático, amigável e com regras claras, que ajude a construir uma relação ganha-ganha e que também auxilie e empodere o pequeno e médio varejo, clientes do setor.
Em 2021, ano em que a ABAD comemora 40 anos de fundação, Leonardo Miguel Severini começa a escrever um novo capítulo da história da entidade. Com a responsabilidade de conduzir o setor em um dos momentos mais difíceis vividos pela humanidade: a pandemia da Covid-19, ele assume a presidência de olho no futuro, mas empenhado em manter as conquistas das gestões anteriores e consolidar a união do atacado distribuidor. Os dois maiores objetivos da sua gestão neste ano são: lançar o Marketplace do setor e o novo Banco de Dados ABAD.