Valores mostram que o setor atacadista e distribuidor detém 53% de participação no mercado mercearil nacional, que totalizou R$ 516,2 bilhões no ano passado
No ano que passou o setor atacadista e distribuidor registrou faturamento de R$ 273,5 bilhões, representando crescimento nominal de 4,5% e real de 0,19% em relação ao ano anterior. É o que revela o Ranking ABAD/Nielsen 2020 – ano base 2019, que contou com a participação de 667 respondentes em todo o Brasil. Esse valor mostra que o setor detém 53% de participação no mercado mercearil nacional, que totalizou R$ 516,2 bilhões no ano passado.
O Ranking ABAD/Nielsen, a mais completa radiografia do comportamento do setor atacadista e distribuidor, é construído a partir de dados fornecidos voluntariamente por empresas, em sua maioria, associadas à ABAD e suas filiadas. Essas informações são analisadas pela consultoria Nielsen em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA). Os números do ano passado mostram a consolidação dos agentes de distribuição como os responsáveis por 95% dos produtos vendidos no varejo independente, aquele não ligado às grandes redes. Em 2019, supermercados pequenos (de até quatro checkouts) e o varejo tradicional, clientes do segmento, faturaram, juntos, R$ 162,5 bilhões, com crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior. Para o presidente da ABAD, Emerson Destro, a forte participação do setor no mercado é decorrência da força do varejo independente. “É o canal indireto, fortalecido pela indústria, que abastece o pequeno e médio varejo, que está em crescimento. Esse movimento mostra a importância do setor atacadista e distribuidor tanto no aspecto econômico quanto no social”. Nelson Barrizzelli, coordenador de projetos da FIA, complementa que, sem a atuação do canal indireto, seria impossível abastecer os 5.570 municípios brasileiros, muitos deles situados em regiões distantes dos centros urbanos, onde as grandes redes de varejo não chegam.
As 667 empresas respondentes do Ranking ABAD/Nielsen 2020 somaram faturamento de R$ 123,4 bilhões (a preço de varejo), ou, 45,2% do total do setor. E a região Nordeste contabilizou o maior número de participações, 239, seguida do Centro-Oeste, com 133, Sul, 109, Norte, 106, e Sudeste, 80. Já a liderança no percentual de faturamento por região ficou com o Sudeste, com 40%, seguido de Nordeste, 23%, Sul, 16%, Centro-Oeste, 13%, e Norte, 8%. Na análise dos dados das empresas que participaram do Ranking nas duas últimas edições (2019 e 2020), a região que apresentou melhores resultados foi o Centro-Oeste, com crescimento de 12,1%. A seguir, aparecem Nordeste, 11,1%, Sudeste, 5,4%, Norte, 8,1%, e Sul, 6,5%. Outro dado interessante revelado pelo Ranking ABAD/Nielsen é a consolidação da tendência de maior crescimento em empresas que atuam em apenas um Estado. Enquanto o crescimento médio do setor ficou em 4,5%, entre as empresas que operam em só um Estado a variação foi de 9,9%, bem próxima à registrada no ano anterior, que foi de 9,4%.